No final de 1836, vai para Berlim, onde se propagam as ideias de Hegel, destacado filósofo e idealista alemão. Marx se alinha com os "hegelianos de esquerda", que procuram analisar as questões sociais, fundamentados na necessidade de transformações na burguesia da Alemanha.
Alienação
A palavra alienação vem do latim “alienus”, que tem como significado “o que pertence a outro”. Em Direito, o termo alienação é o ato de transferência da posse ou do direito de propriedade de algo para alguém, seja por doação ou por venda. Já na Psiquiatria, alienação era uma doença mental grave que envolve a perda da identidade pessoal e da realidade.Para Marx, alienação é uma atividade onde a essência do agente é afirmada como algo estranho a ele, assumindo assim a forma de dominação hostil sobre o agente; é um processo no qual o homem deixa de ser dono de si mesmo e torna-se uma propriedade do outro, a ponto de sua vida ser decidida por esse agente dominador.
Um dos textos que Marx mais fala dos problemas da alienação é o chamado: O Trabalho Alienado, de 1844; nele Marx situa a alienação do trabalho em quatro dimensões diferentes:
I. Alienação da coisa ou alienação do trabalhador em relação ao produto do seu trabalho, no
qual o trabalho torna-se um simples objeto e assume uma existência externa, e estranha ao
trabalhador.
II. Auto alienação ou alienação do trabalhador em relação ao seu trabalho, onde mais uma vez
o trabalho torna-se algo estranho ao trabalhador e por consequência, este trabalhador vê-se forçado á fazê-lo, somente com o intuito de satisfazer suas necessidades, não tendo para com esse trabalho nenhum sentimento de prazer e realização, e daí surge o fenômeno do absentismo, o trabalhador foge do trabalho igual o diabo foge da cruz.
III. Alienação da espécie ou a alienação do trabalhador em relaçã o á existência da espécie, na qual o trabalho como sendo a capacidade de transformar as coisas e distinguir o homem de outros animais, transforma - se, na sociedade capitalista, em um meio individual de satisfação das necessidades de subsistência. O trabalho perde seu significado real na sociedade capitalista.
IV. Alienação do homem em relação ao homem, na qual o trabalho alienado é o fruto da relação de produção capitalista, centrado na exploração do trabalho de uns homens por outros. O trabalho que é um tormento para o trabalhador, é a fonte de prazer do outro, o explorador.
Uma estrutura social alienada produz uma vida cotidiana alienada a qual, por sua vez, determina o esvaziamento da individualidade humana, impedindo o pleno desenvolvimento dos indivíduos, desenvolvimento esse, que requer a existência de condições objetivas e subjetivas favoráveis à apropriação das esferas materiais e simbólicas mais desenvolvidas do gênero humano, com a consequente objetivação individual no interior dessas esferas. Portanto, o cerceamento do indivíduo pela vida cotidiana consiste num processo tanto objetivo quanto subjetivo, ou seja, um processo tanto social quanto psicológico. Em Manuscritos econômico - filosóficos, Marx define várias formas de alienação como tudo aquilo que fragmenta, aparta o ser humano do mundo, de si mesmo e das coisas que ele cria; e da consciência que deve ter, que o transforma quase em um *autômato; é tudo aquilo
que mergulha o indivíduo em um sono em que parece ser impossível despertar.
As Classes Sociais
Para Marx os trabalhadores estariam dominados pela ideologia da classe dominante, ou seja, as ideias que eles têm do mundo e da sociedade seriam as mesmas ideias que a burguesia espalha. O capitalismo seria atingido por crises econômicas porque ele se tornou o impedimento para o desenvolvimento das forças produtivas. Seria um absurdo que a humanidade inteira se dedica-se a trabalhar e a produzir subordinada a um punhado de grandes empresários. A economia do futuro que associaria todos os homens e povos do planeta, só poderia ser uma produção controlada por todos os homense povos. Para Marx, quanto mais o mundo se unifica economicamente mais ele necessita de socialismo.Marx tentou demonstrar que no capitalismo sempre haveria injustiça social, e que o único jeito de uma pessoa ficar rica e ampliar sua fortuna seria explorando os trabalhadores, ou seja, o capitalismo, de acordo com Marx é selvagem, pois o operário produz mais para o seu patrão do que o seu próprio custo para a sociedade, e o capitalismo se apresenta necessariamente como um regime econômico de
exploração, sendo a mais-valia a lei fundamental do sistema.
A força vendida pelo operário ao patrão vai ser utilizada não durante 6 horas, mas durante 8, 10, 12 ou mais horas. A mais-valia é constituída pela diferença entre o preço pelo qual o empresário compra a força de trabalho (6 horas) e o preço pelo qual ele vende o resultado (10 horas por exemplo). Desse modo, quanto menor o preço pago ao operário e quanto maior a duração da jornada de trabalho, tanto maior o lucro empresarial. No capitalismo moderno, com a redução progressiva da jornada de trabalho, o lucro empresarial seria sustentado através do que se denomina mais-valia relativa (em
oposição à primeira forma, chamada mais-valia absoluta), que consiste em aumentar a produtividade do trabalho, através da racionalização e aperfeiçoamento tecnológico, mas ainda assim não
deixa de ser o sistema semi-escravista, pois "o operário cada vez se empobrece mais quando produz mais riquezas", o que faz com que ele "se torne uma mercadoria mais vil do que as mercadorias por ele criadas". Assim, quanto mais o mundo das coisas aumenta de valor, mais o mundo dos homens se desvaloriza. Ocorre então a alienação, já que todo trabalho é alienado, na medida em que se manifesta como produção de um objeto que é alheio ao sujeito criador. O raciocínio de Marx é muito simples: ao criar algo fora de si, o operário se nega no objeto criado. É o processo de objetificação. Por isso, o trabalho que é alienado (porque cria algo alheio ao sujeito criador) permanece alienado até que o valor nele incorporado pela força de trabalho seja apropriado integralmente pelo trabalhador. Em outras palavras, a produção representa uma nega ção, já que o objeto se opõe ao sujeito e o nega na medida em que o pressupõe e até o define. A apropriação do valor incorporado ao objeto graças à força de trabalho do sujeito-produtor, promove a negação da negação. Ora, se a negação é
alienação, a negação da negação é a desalienação. Ou seja, a partir do momento que o sujeito-produtor dá valor ao que produziu, ele já não está mais alienado.
Dicionário
autômato: Aquele que não age nem pensa por conta própria. Mero repetidor de ações.Sinônimos: fantoche, títeres, títere, marionete, robô, paspalho...
Fontes:
COSTA, Maria Cristina C. (2005), Sociologia, Introdução à ciência da sociedade. 3a ed.EFDEPORTES (2014), Alienação e Consumismo dos futuros adultos. Disponível em:
http://www.efdeportes.com/efd169/alienacao-e-consumismo-dos-futuros-adultos.htm
E-BIOGRAFIAS (2014), Biografia de Karl Max. Disponível em:
http://www.e-biografias.net/karl_marx/
E-BIOGRAFIAS (2014), Biografia de Karl Max. Disponível em:
http://www.e-biografias.net/karl_marx/
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