Émile Durkheim nasceu na região de Lorraine, na França, no dia 15 de abril de 1858. Descendente de família judia, estudou filosofia na Escola Normal Superior de Paris. O fato de Durkheim não ter seguido os preceitos da cultura judaica pode ter influenciado o teor de seus estudos e suas preocupações religiosas, preferindo analisá-las desde o ponto de vista social. Estudou as teorias de Auguste Comte e Herbert Spencer, o que fez com que conferisse uma matriz científica às suas teorias
O Fato Social
De acordo com Durkheim, fato social é experimentado pelo individuo como algo independente e preexistente, ou seja, não depende do indivíduo aceita ou não, simplesmente existe bem antes de sua própria existência. Existem três características essenciais que define fato social para Durkheim; a coercitividade, externalidade e a generalidade.Coercitividade – Coercitividade ou, Coerção social, é a força que os fatos exercem sobre o indivíduo, levando-os a se conformarem com as regras da sociedade em que vivem. Isso se torna evidente através das sanções legais ou espontâneas, a que o individuo está sujeito quando tenta rebelar-se contra ela.
- Legais – As sanções legais são as penalidades que estão prevista em lei, e que devem ser proporcional à infração cometida. Exemplo: Se você matar alguém sofrerá uma sanção legal.
- Espontâneas – As sanções espontâneas são aquelas que não estão previstas em leis, mas acontece pela má conduta de um indivíduo dentro de um grupo ou sociedade. Exemplo: Se você usar o celular em sala de aula sofrerá uma sanção espontânea.
Generalidade - A generalidade é o ultimo das características do fato social. Ela diz que é social tudo aquilo que for geral, repetido por todos, ou pela maioria dos indivíduos. Os fatos sociais manifestam sua natureza coletiva ou um estado comum ao grupo. Exemplos: formas de habitação, sentimentos, organização de partidos políticos.
A objetividade do fato social
Para Durkheim as pesquisas em sociologia devem ser objetivas e analisar os fatos com imparcialidade. Por tanto o sociólogo deve esquecer seus valores e sentimentos pessoais em relação ao objeto estudado. Por meio dessa metodologia, Durkheim elimina a subjetividade.Suicídio
Para Durkheim, as instituições sociais como a igreja, escola, polícia e etc. apenas servem como um aparelho para a constituição da consciência coletiva que mantem a ordem da sociedade. Durkheim aborda o papel dessas instituições na propagação das normas sociais e morais que regem o convívio, e inclusive defende suas ações dentro da sociedade uma vez que ele acreditava que de fato os homens necessitam sentir-se seguros, regidos e amparados, quando isso falta a uma sociedade certos fenômenos surgem com maior força, como por exemplo a criminalidade e o suicídio.Essa inquietação pode ter sido o que impulsionou Émile Durkheim na criação daquilo que ficou conhecido como teoria do suicídio. Aos longo de seus estudos sobre o tema, o sociólogo busca provar a tese de que o que as estatísticas apresentam é insuficiente para compreender a ocorrência e os níveis de suicídio. Para Durkheim tudo que se tem de informações sobre os suicidas é insuficiente. Aquilo que figura no obituário, por exemplo, trata-se na verdade da opinião que se tem sobre o fato, a opinião de uma pessoa aleatória, de modo que não serve enquanto informação palpável para se compreender o fato.
Sua teoria embasa-se inclusive em observações do âmbito religioso, uma vez que ele percebe que o índice de suicídio entre protestantes é maior do que entre o católicos, independente da região do suicida. Assim, surge uma possível teoria de que há então um menor controle sobre os fieis, controle social que para ele é também o papel da igreja e da religião. Dessa forma ele busca demonstrar como a causa dos índices de suicídio podem ser sociais.
Suicídio Egoísta: é aquele em que o ego individual se afirma demasiadamente face ao ego social, ou seja, há uma individualização desmesurada. As relações entre os indivíduos e a sociedade se afrouxam fazendo com que o indivíduo não veja mais sentido na vida, não tenha mais razão para viver;
Suicídio Altruísta: é aquele no qual o
indivíduo sente-se no dever de fazê-lo para se desembaraçar de uma vida
insuportável. É aquele em que o ego não o pertence, confunde-se com
outra coisa que se situa fora de si mesmo, isto é, em um dos grupos a
que o indivíduo pertence. Temos como exemplo os kamikazes japoneses, os
muçulmanos que colidiram com o World Trade Center em Nova Iorque, em
2001, etc.;
Suicídio Anômico: é aquele que ocorre em uma situação de anomia social,
ou seja, quando há ausência de regras na sociedade, gerando o caos,
fazendo com que a normalidade social não seja mantida. Em uma situação
de crise econômica, por exemplo, na qual há uma completa desregulação
das regras normais da sociedade, certos indivíduos ficam em uma situação
inferior a que ocupavam anteriormente. Assim, há uma perda brusca de
riquezas e poder, fazendo com que, por isso mesmo, os índices desse tipo
de suicídio aumentem. É importante ressaltar que as taxas de suicídio
altruísta são maiores em países ricos, pois os pobres conseguem lidar
melhor com as situações.
Consciência coletiva e integração social
A consciência coletiva não depende do pensamento individual e sim da maioria. Consciência coletiva é o conjunto padronizado de conduta, pensamento e atitude. Também se pode defini-la como a forma moral que vigora na sociedade, apresentando-se como conjunto de regras fortemente estabelecido e seguido pela maioria.Durkheim e os tipos de solidariedade como fator de coesão social
Segundo Durkheim, existem duas formas de solidariedade: mecânica e orgânica.A solidariedade mecânica é típica das sociedades pré-capitalistas ou primitivas. Nesse tipo, os indivíduos se identificam pelos laços familiares, religião, tradições, costumes, mesmos sentimentos. Os indivíduos, guiados pela solidariedade mecânica, pertencem a uma coletividade, em que não há divisão social nem funcional.
A solidariedade orgânica é típica das sociedades capitalistas em que há divisão do trabalho e os indivíduos são interdependentes, pois cada uma desempenha uma função na sociedade, garantindo a união social. O efeito mais importante da divisão social é a solidariedade entre os homens.
A natureza dos Fatos Sociais
Para Durkheim, a sociologia deveria desempenhar duas funções básicas: explicar a sociedade e seu funcionamento e encontrar soluções para a vida social. Assim ele diz que o fato social pode apresentar duas características: ser um fato social normal ou patológico.Um fato social é normal quando se encontra generalizado na sociedade e nos grupos sociais. O trabalho é um exemplo de fato social normal. Todo fato social normal comporta valores, condutas e vontade coletiva.
Um fato social é patológico quando estabelece perigo a convivência social. A violência é um exemplo. Os fatos transitórios e excepcionais são patológicos, pois não refletem a vontade coletiva, os valores e a moral vigente.
Fontes:
COSTA, Maria Cristina C. (2005), Sociologia, Introdução à ciência da sociedade. 3a ed.WIKIPEDIA (2014), a enciclopédia livre, pesquisa Émile Durkheim. Disponível em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89mile_Durkheim
http://ptoyiu.blogspot.com.br/2013/03/sociologia-ad-de-etica-e-cidadania.html
0 Reviews:
Post Your Review